Não, não é sotaque, você está errando pronúncia!

Como professor confirmo com os anos que no processo de aprendizagem, nenhuma etapa pode ser pulada. Economiza-se esforço à prazo para pagamento do prejuízo à vista.

Esse é o caso da aprendizagem da pronúncia, que começa muito antes do aluno abrir a boca.

A pronúncia, que está dentro do espectro da linguagem falada envolve, principalmente, 3 níveis de processamento neurolinguístico:

  1. Conceituação
  2. Formulação e Articulação
  3. Estágio de auto-monitoramento.

A conceituação é um estágio pré-verbal e ocorre quando o aluno vincula um conceito à fala. Aqui ele pretende a mensagem que especifica o conceito a ser expresso.

O segundo estágio é a formulação na qual a forma lingüística necessária para a expressão da mensagem é criada. A formulação inclui conhecimento gramatical (conhecimento de vocabulário) e codificação fonética (seleção de sílabas, sons, ritmo, criando uma pontuação articulatória à medida que o enunciado é reunido e a ordem dos movimentos do aparelho vocal é concluída).

Por fim, o Automonitoramento ocorre APÓS a fala, quando a pessoa faz um esforço para corrigir erros em seu discurso para garantir que o que disse é o que se quis dizer.

A boa pronúncia é o resultado do seguinte:

O aluno que fala BEM, portanto, é aquele que estudou vocabulário e alcançou a diferença entre pretty e beautiful. É aquele que procurou no dicionário, anotou as diferenças e se interessou por etimologia, ampliando seu repertório.

É somente depois desse percurso que, com a orientação de um professor, ele fará a articulação dos fonemas no compasso motor da fala. Só aí é que o aluno terá a possibilidade de se escutar e se corrigir.

É boys & girls… não vou enganá-los: o trabalho de auto correção é contínuo e para a vida toda.

Se você parou de praticar o inglês, precisará de automonitoramento e, talvez rever o caminho todo da fala.

E é aí que mora o perigo.

Pois quem já fala(ou) inglês, subestima estra etapa. E quem não fala, ainda não alcança a sua importância.

O automonitoramento requer autocrítica, que é muito difícil, pois o aluno não tem ouvidos suficientemente treinados para distinguir HEAT de HIT.

Aliás, você: leitor desse blog – sabe a diferença?

Sem a ajuda de um professor de inglês, prevalecerá a distorção auditiva do aluno, que jurará ter falado BEACH, quando todos ouviram BITCH.

Ele continuará acreditando que a diferença em seu speaking se deve ao seu sotaque e passará vergonha, não conseguirá concluir uma apresentação, não achará graça de algumas piadas e não entenderá direito o que Ryan Holiday falou no Joe Rogan, pois não se trata de sotaque e sim de pronúncia.

A pronúncia quase nunca virá livre de um sotaque, especialmente quando pensamos em um brasileiro aprendendo inglês.

Apesar de estarem relacionados ao modo como falamos e ouvimos a língua, eles possuem diferenças significativas e exercem papéis distintos no processo de comunicação.

Pronúncia refere-se ao modo correto de articular som(ns) em uma língua. É, em essência, a maneira padrão/standard de se pronunciar uma palavra.

Por exemplo, a palavra “thought” tem uma pronúncia específica, independentemente de onde seja o speaker.

Erros de pronúncia geram dificuldades de compreensão e até podem alterar o significado de uma palavra ou frase.

Meus alunos e seguidores sabem disso, porque gasto boa parte das aulas de batendo nessa tecla.

Sotaque são outros 500.

São a marca distintiva na fala que indica a origem geográfica, social ou étnica de um falante. Ele é moldado por uma combinação de fatores, e, que, pode sim ser neutralizada do speaking por meio de aulas direcionadas.

A pronúncia correta é fundamental para ser compreendido e para compreender os outros, enquanto o sotaque pode ser uma característica identitária, que agrega charme e carisma a quem está falando, which allows the message to come across, ou seja, sem comprometer o conteúdo daquilo que está sendo falado.

A escuta tecnicamente treinada de um professor é a forma mais eficaz para distinguir qual a dificuldade do aluno e no que ele deve concentrar seus estudos.

3 comentários em “Não, não é sotaque, você está errando pronúncia!”

  1. Prof, eu falo inglês mas quase não pratico (só quando ligo pra minha host mama do intercâmbio que mora em NY)… suas palavras neste texto vieram só confirmar pq eu me esforço TANTO a vida inteira no speaking e “perco” vocabulário quase sempre… é como dirigir ou andar de bicicleta, se eu não praticar, vou esquecer mesmo! Não sei como comecei a te seguir, mas já entrou na lista dos melhores do planeta when it comes to “Brazilian teacher”speaking flawlessly! Thank God te achei nas redes!

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